De dev a CEO: o guia para empreender em tecnologia

Juliana Villela

Juliana Villela

3 min de leitura
carreira
Abrir um negócio em tecnologia parece ser o caminho do futuro. Afinal, todas as áreas do mercado, empresas e pessoas se tornarão cada vez mais dependentes de sistemas digitais, processos automatizados e inteligência artificial. A oportunidade é gigante.
Porém, para transformar uma ideia em uma empresa lucrativa, o conhecimento técnico não é suficiente. É preciso entender o mercado, conhecer seu cliente e, acima de tudo, resolver um problema real.
Para nos ajudar a entender esse caminho, no Café com Instrutores conversamos com três especialistas que vivem essa realidade.
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Ainda não sabe o que é o Café com Instrutores?

O Café com Instrutores é um evento semanal que acontece todas as terças-feiras às 19h na comunidade da Rocketseat, no Discord, onde conversamos sobre carreira, desenvolvimento pessoal e educação em tecnologia. Uma vez por mês os Cafés com Instrutores são abertos, confira o cronograma para participar.

Conheça os especialistas

  • Rafael Teodoro: Desenvolvedor backend na Rocketseat e co-founder na IRD.
  • Hugo Sales: CEO na HL Software, professor universitário e especialista em engenharia de software.
  • Gabriel Buzzi: Head de tecnologia na Rocketseat e CTO na MEDSimple.

Passo 1: Apaixone-se pelo problema, não pela solução

O ponto de partida para qualquer negócio de sucesso é a obsessão por um problema. Rafael Teodoro destaca a importância de ter na equipe um "expert" no assunto, alguém que viva a dor do cliente e perceba detalhes que outros não veem.
Se essa pessoa não existe no time, o caminho é um só: pesquisa. Entrevistas e conversas aprofundadas com quem sente o problema na pele são essenciais. Hugo Sales, CEO da HL Software, foi direto ao ponto:
"Não se baseie em achismos, tome decisões baseadas nas experiências de quem vive o problema." – Hugo Sales, CEO na HL Software
Apenas com essa validação será possível criar uma solução que as pessoas realmente queiram comprar. Afinal, como complementa Hugo, de que adianta ter uma solução linda e super funcional se ela não resolve a dor de ninguém?

Passo 2: Use ferramentas para guiar sua descoberta

Para garantir que esse mergulho no problema seja produtivo, Rafael Teodoro citou duas metodologias ágeis que podem guiar o processo: o Lean Canvas e o Design Thinking.
O que são essas metodologias?
  • Lean Canvas: É um quadro visual de uma única página que ajuda a desconstruir sua ideia de negócio em seus pontos mais essenciais (problema, solução, métricas, clientes, etc.). Ele força o foco e a clareza.
  • Design Thinking: É uma abordagem focada no ser humano para a inovação. O processo envolve empatia (entender o cliente), definição (do problema), ideação (brainstorm de soluções), prototipação (criar versões simples) e teste.
Ambas as ferramentas usam feedbacks e pesquisas para aumentar drasticamente as chances de que sua solução seja, de fato, uma solução.

Passo 3: Teste sua ideia com um MVP (Mínimo Produto Viável)

Depois de entender o problema, como saber se a solução que você pensou faz sentido? A resposta está no teste. E para isso, você não precisa construir o produto inteiro. Você precisa de um MVP.
O que é um MVP?
MVP é a sigla para Mínimo Produto Viável. É a versão mais simples e enxuta da sua solução, criada com o mínimo de esforço para testar a sua principal hipótese.
  • Se sua solução é um aplicativo, o MVP pode ser um desenho das telas com as funcionalidades.
  • Se sua solução é um sistema complexo, o MVP pode ser uma simples planilha que executa a função principal.
A ideia é colocar esse protótipo na frente dos seus clientes e pedir ajuda: Isso resolve seu problema? O que você gostou? O que mudaria? Essa validação é crucial para evitar o desperdício de recursos valiosos: seu tempo, dinheiro e energia.

Passo 4: Abrace o erro e pivote, se necessário

Gabriel Buzzi, Head de Tecnologia na Rocketseat e CTO na MEDSimple, reforça a importância do teste e de uma mentalidade fundamental: não ter medo de errar e mudar de estratégia.
Se você testou seu MVP e entendeu que errou o caminho, ótimo! O erro, nesse cenário, é bom.
"Errar rápido, é melhor ainda. Quanto mais rápido erramos, mais rápido aprendemos, e mais próximos estaremos de acertar." – Gabriel Buzzi, Head de tecnologia na Rocketseat
Seja criativo, teste suas hipóteses e veja o erro como um degrau, não como um fracasso.

Dicas finais de ouro dos nossos especialistas

Para finalizar, cada um dos especialistas deixou um conselho valioso:
  1. A dica técnica (de Rafael Teodoro): Use o Javascript como base. Por ser uma linguagem abrangente, ela facilita o trabalho e expande as possibilidades do que você pode construir, seja no frontend ou no backend.
  1. A dica de negócio (de Hugo Sales): Saiba agregar valor. Diferencie o que é "caro" daquilo que tem um "alto valor". As pessoas não compram preço, elas pagam por soluções que são valiosas para elas. Foque em entregar valor real.
  1. A dica de carreira (de Gabriel Buzzi): Invista em networking. Você não precisa (e nem deve) descobrir tudo sozinho. Busque mentores, participe de comunidades, compartilhe seus desafios e esteja perto de quem é mais experiente e de quem já errou. Essas conexões aceleram sua carreira e enriquecem sua vida.
 
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