ORM: o que é, para que serve, vantagens e desvantagens

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E aí, dev! Beleza? Hoje o papo é sobre aquela sigla que vive aparecendo por aí e deixa muita gente de sobrancelha em pé: ORM. Calma, não precisa se preocupar com mais uma sigla estranha. Vamos bater um papo super de boa pra descomplicar o que é ORM e por que isso pode revolucionar a forma como sua aplicação conversa com o banco de dados. Pega um café, senta aí, e vem comigo em mais esta missão – prometo que vai valer a pena e que ao final dessa leitura você vai olhar para essa sigla com outros olhos. Bora lá?

A raiz do problema: quando seu app e seu banco de dados não falam a mesma língua

Antes de mais nada, vamos entender a raiz do problema que o ORM resolve. Imagina a cena: você chega em um restaurante morrendo de fome. Sua aplicação é você, o cliente esfomeado. O banco de dados é o chef na cozinha, pronto pra preparar as refeições (ou melhor, os dados). Só que tem um porém: o chef só fala outra língua – vamos dizer que ele só entende SQL, que é a linguagem dos bancos de dados relacionais. E você, o cliente (isto é, o app), não manja nada desse idioma estranho.
O resultado? Muita dificuldade na comunicação! Você tenta pedir seu prato favorito, mas o chef não te entende. Você gesticula, rabisca no papel umas palavras em “chef-ês” (tenta escrever consultas SQL diretamente), mas não é nada eficiente ou elegante.
Sem alguém pra traduzir, rola um desencontro total: sua aplicação pensa em variáveis, objetos e funções, enquanto o banco de dados pensa em tabelas, colunas e comandos SQL. Eles não falam a mesma língua nativamente, e isso pode virar uma bagunça digna de comédia pastelão na hora de trocar dados entre si.
Em outras palavras, integrar código e banco na unha pode ser trabalhoso e propenso a erros. Cada vez que o app precisa de algo do banco, é como se tivesse que “arranhar” umas frases em SQL – e se você não for fluente, pode acabar pedindo pizza e recebendo hambúrguer. Não seria ótimo ter um intérprete nesse restaurante, para você e o chef finalmente se entenderem?
Ilustração estilo cartoon representando a analogia “o que é ORM”, com uma cliente tentando pedir um hambúrguer a um chef que não entende, ilustrando a dificuldade de comunicação entre aplicação e banco de dados sem o uso de um ORM.
Ilustração estilo cartoon representando a analogia “o que é ORM”, com uma cliente tentando pedir um hambúrguer a um chef que não entende, ilustrando a dificuldade de comunicação entre aplicação e banco de dados sem o uso de um ORM.

Afinal, o que é um ORM?

Se o problema é a falta de comunicação, aqui vai a solução mágica: ORM. Um ORM (do inglês Object-Relational Mapping, ou Mapeamento Objeto-Relacional) é basicamente um tradutor simultâneo entre a sua aplicação e o banco de dados relacional. Ele permite que você manipule o banco usando código na sua linguagem de programação, em vez de escrever comandos SQL diretamente na mão
Lembra do nosso restaurante? Pois é, o ORM entra em cena como aquele garçom gente boa e poliglota, que entende tanto você (o cliente/aplicação) quanto o chef (o banco/SQL). Ele escuta o seu pedido na língua do cliente (seu código) e traduz tudo certinho para o idioma do chef (SQL). Depois, pega os dados preparados pelo banco e traz de volta já traduzidos para o “idioma” da sua aplicação (por exemplo, como objetos ou estruturas de dados que seu código entende). Legal, né?
Cena com o cliente, o chef e um garçom entre eles representando o ORM, todos com balões de hambúrgueres, ilustrando a comunicação perfeita graças ao ORM — ideal para explicar de forma visual o que é ORM.
Cena com o cliente, o chef e um garçom entre eles representando o ORM, todos com balões de hambúrgueres, ilustrando a comunicação perfeita graças ao ORM — ideal para explicar de forma visual o que é ORM.
Usar um ORM significa que, ao invés de escrever uma query SQL enorme toda vez, você chama métodos ou faz consultas na sintaxe da sua linguagem. O ORM se encarrega de construir e executar a consulta SQL lá no banco para você, nos bastidores, e te devolver os resultados prontinhos em forma de objetos/variáveis.
Para concluir essa definição, podemos dizer que ORM é uma técnica/ferramenta que faz o mapeamento objeto-relacional, atuando como um tradutor entre o código da aplicação e o banco de dados relacional, permitindo que você trabalhe com o banco usando sua linguagem de programação, sem escrever SQL na maior parte do tempo.

Quais as vantagens em usar esse "tradutor" no seu projeto?

“Tá, entendi a ideia, mas por que eu usaria esse tradutor no meu projeto?”
Vamos por partes – existem vários motivos, desde ganhar tempo até trazer flexibilidade. Bora conferir as principais vantagens? É só você ir expandindo os tópicos abaixo, revelando as explicações:
Mais produtividade e foco no que realmente importa:
Uma das maiores vantagens de adotar um ORM é a produtividade no desenvolvimento. Sabe aquele monte de SQL repetitivo que a gente costuma escrever pra fazer CRUD (Create, Read, Update, Delete)? Com ORM, grande parte disso é gerada ou abstraída automaticamente, o que significa menos código repetitivo e mais rapidez pra você entregar features. Em vez de perder tempo ajustando sintaxe de query, você foca na regra de negócio, no que realmente importa para o seu app.
Além disso, o ORM cuida de detalhes chatos como montar consultas, fazer junções entre tabelas e até prevenir SQL injection (já que ele trata os parâmetros de forma segura automaticamente). Resultado: você economiza neurônios e minutos preciosos, e diminui a chance de bugs bobos no acesso ao banco. No fim das contas, o ORM te dá aquele boost de produtividade.
Um código mais limpo e que faz mais sentido:
Outro ponto positivo: seu código fica mais limpo, legível e fácil de manter. Ao trabalhar com um ORM, você lida com classes e objetos que representam tabelas e registros, em vez de ficar concatenando string de SQL pra todo lado. Isso torna o código muito mais próximo da lógica de negócio e bem menos verborrágico. Pode admitir: pedido.total faz bem mais sentido que SUM(valor) FROM pedidos JOIN clientes ..., né?
Liberdade para trocar de "chef" sem aprender um novo dialeto:
Lembra que o banco de dados é o chef em nossa analogia? Pois bem – e se um dia você precisar trocar de chef? Talvez sua aplicação comece usando um banco X (digamos, MySQL) e depois seja preciso migrar para um banco Y (digamos, PostgreSQL ou outro banco de dados relacional). Sem um ORM, essa mudança pode dar uma dor de cabeça enorme: cada banco tem suas peculiaridades e dialetos SQL, então migrar pode significar reescrever um monte de consultas na mão.
Mas com um ORM, essa troca de “dialeto” fica muito mais suave. Como o ORM abstrai os detalhes do banco específico, em muitos casos você só precisa mudar uma configuração de driver/URL e voilà! – seu código continua funcionando com o novo banco, sem maiores dramas. Ou seja, você ganha portabilidade: hoje usa MariaDB, amanhã PostgreSQL, quem sabe depois SQLite... e seu código continua praticamente o mesmo.
Essa liberdade é incrível pro projeto crescer e se adaptar. Significa que decisões de infraestrutura (qual banco usar) podem ser tomadas com mais tranquilidade, já que o impacto no código é mínimo. Você não fica amarrado a um banco só. Pense no ORM como aquele tradutor versátil que fala várias línguas: não importa se o chef responde em SQL "sotaque MySQL" ou "sotaque SQLite", ele entende e traduz de volta pro app.
Até aqui o ORM parece um conto de fadas, né? Código lindo, produtividade nas alturas, flexibilidade... mas segura essa empolgação por um momento, porque nem tudo são flores.

Nem tudo são flores: os pontos de atenção

Como qualquer ferramenta, um ORM traz alguns pontos de atenção e limitações que você precisa conhecer. Vamos fazer no mesmo esquema da seção anterior, vá colapsando com atenção para entender os pontos de atenção ao usar um ORM:
Desempenho:
Em situações de consultas muito complexas ou de altíssimo volume de dados, o ORM pode não ser tão performático quanto aquele SQL tunado escrito à mão. Afinal, ele gera consultas genéricas que atendem vários cenários, mas talvez não aproveitem 100% de certas otimizações específicas do banco. Isso pode resultar em queries menos eficientes, impactando a performance se você não ficar de olho. Em um cenário com operações mega complexas, às vezes vale aquela otimização manual ou usar uma query com SQL puro.
Abstração excessiva:
Lembra que a ideia do ORM é você “não precisar saber SQL”? Pois é, isso é meio verdade, meio armadilha. Por um lado, você realmente consegue muita coisa sem escrever SQL. Por outro, se você esquecer completamente o SQL e o funcionamento do banco, pode acabar em apuros. A abstração extra do ORM pode fazer o dev perder um pouco da noção do que está acontecendo por baixo dos panos. Aí, quando surgir um problema de performance ou um caso de uso não tão trivial, fica difícil otimizar ou debugar sem entender a língua do banco. Isso quer dizer que usar essa ferramenta não substitui o conhecimento dos fundamentos de banco de dados – ele complementa. Então, continue estudando SQL e modelagem, mesmo usando ORM, beleza?
Curva de aprendizado e complexidade:
Usar um ORM adiciona mais uma ferramenta no seu stack. É um framework a mais pra aprender, configurar e dominar. No começo, pode parecer que você está escrevendo mais código pra conseguir fazer algo simples (tipo criar um registro), já que precisa definir modelos, contextos, etc. Além disso, cada ORM tem suas particularidades e APIs. Então, há uma curva de aprendizado inicial sim. A dica é: paciência e prática – depois que pega o jeito, a produtividade vem que é uma beleza.
Menos controle em alguns casos:
Ao usar ORM, você abre mão de um pouco de controle baixo-nível. 99% do tempo isso não importa (na verdade, é um alívio não ter que gerenciar tudo manualmente). Mas pode acontecer de você precisar fazer algo muito específico que o ORM não faz ou não faz do jeito que você quer. A maioria dos ORMs até permite executar SQL bruto quando necessário, mas aí você sai da zona de conforto da ferramenta. Então, só tenha em mente: nem tudo dá pra resolver da forma “bonitinha” do ORM – às vezes, vai rolar um SQLzão manual aqui ou ali, e tá tudo bem.
Cabe a você usar com consciência: saiba onde ele brilha e onde pode causar dor de cabeça, e fique atento ao comportamento das consultas geradas. Com bom senso, dá pra aproveitar o melhor dos dois mundos – conveniência do ORM e poder do SQL cru quando preciso.
No fim das contas, aquele mistério sobre o que é ORM não é nenhum bicho de sete cabeças, né?

Conclusão

Vimos que o ORM é como um amigão tradutor que aproxima dois mundos (aplicação e banco de dados) que normalmente falam idiomas diferentes. Com ele, a conversa entre seu app e o banco de dados fica descomplicada, fluindo como se todos estivessem falando a mesma língua. Para nós, devs, isso significa ganhar tempo, escrever um código mais expressivo e ter flexibilidade para evoluir o projeto sem amarrar nosso código a um banco específico.
Mas também aprendemos que um ORM funciona melhor quando você conhece os fundamentos por trás. Por isso, a gente reforça: trate o ORM como um aliado poderoso, não como uma muleta. Continue estudando banco de dados relacional e SQL – esse conhecimento somado ao uso de um ORM moderno (como o Prisma ORM, por exemplo) é que vai te transformar em um desenvolvedor full stack ninja de verdade.
Curtiu a ideia? Que tal aprender tudo isso na prática com a gente? Aqui na Rocketseat, na nossa Formação Full Stack, você vai passar tanto pelos fundamentos de Banco de Dados (sim, você vai dominar SQL e entender como um banco relacional funciona de verdade) quanto pelo mundo do Node.js com Prisma ORM, que é onde a mágica acontece conectando teoria e prática. Ou seja, você primeiro entende o “dialeto do chef” e depois aprende a usar o “tradutor” no dia a dia do código.
Então, fica o convite: bora se aprofundar juntos? Venha evoluir suas habilidades na prática, escrever código limpo, conversar de igual pra igual com o banco de dados e alcançar um novo nível de produtividade no desenvolvimento.
💜
Conte com a Rocketseat nessa jornada – nos vemos em breve no próximo nível!
 
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