JWT vs Sessions: qual a melhor forma de autenticar usuários na sua aplicação?

Rocketseat

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Se você está construindo sua primeira aplicação com área de login, com certeza já se deparou com uma pergunta que tira o sono de muita gente: como eu garanto que um usuário é realmente quem ele diz ser?
Imagine que sua aplicação é um hotel exclusivo. Você não quer que qualquer pessoa entre nos quartos, certo? Você precisa de um jeito de dar uma chave para cada hóspede. No mundo da programação, essa "chave" pode vir de duas formas bem populares: Sessions ou JWT.
Imagine a Session como a chave magnética do hotel. Você faz o check-in (login), a recepção (servidor) guarda seus dados e te entrega um cartão. A cada vez que você tenta abrir a porta do seu quarto, o sistema do hotel verifica se aquele cartão é válido.
Já o JWT (JSON Web Token) é como um ingresso VIP para um show. Após o login, você recebe um ingresso com seu nome e uma assinatura especial que prova que ele é autêntico. Com esse ingresso, você pode entrar e sair da área VIP quantas vezes quiser, e a segurança (servidor) só precisa olhar a assinatura para confirmar que você tem permissão.
Ambos resolvem o mesmo problema, mas de maneiras bem diferentes. E entender essa diferença é o que vai te ajudar a construir aplicações mais seguras.
Bora cair dentro desse mistério e descobrir qual abordagem faz mais sentido para o seu projeto?

O que é autenticação e por que ela é tão importante?

Antes de mais nada, vamos alinhar os conceitos. Autenticação é o processo de verificar a identidade de um usuário. É o porteiro que cuida da segurança digital. Quando você digita seu usuário e senha em um site, está passando por um processo de autenticação.
Isso é super importante porque muitas partes da sua aplicação não devem ser públicas. Você não quer que um visitante qualquer tenha acesso ao painel de administrador ou aos dados de outros usuários, né? A autenticação cria essa barreira, garantindo que apenas pessoas autorizadas acessem rotas e informações protegidas.

Entendendo a autenticação com Sessions

A autenticação baseada em sessão (Session) é uma abordagem mais tradicional e muito robusta. Ela é chamada de stateful, ou seja, o servidor "guarda o estado" ou "lembra" de cada usuário que está logado.

Como funciona na prática?

A jornada do usuário é mais ou menos assim:
  1. Login: o usuário envia seu login e senha para o servidor.
  1. Criação da sessão: o servidor verifica se os dados estão corretos. Se sim, ele cria uma "sessão" única para o usuário e guarda um identificador (Session ID) em seu próprio banco de dados ou memória.
  1. Cookie: o servidor envia de volta para o navegador do usuário um cookie contendo apenas esse Session ID.
  1. Requisições futuras: a cada nova página que este usuário tenta acessar, seu navegador automaticamente envia o cookie junto.
  1. Validação: O servidor pega o Session ID do cookie, procura em seu banco de dados e, se encontrar uma sessão válida, libera o acesso.

Vantagens das Sessions

  • Segurança: como apenas o ID da sessão fica no navegador, os dados sensíveis do usuário (como nome, permissões, etc.) ficam guardados em segurança no servidor.
  • Controle total: se você precisar desconectar um usuário imediatamente (por exemplo, se ele trocar a senha ou se for detectada uma atividade suspeita), basta apagar a sessão do seu banco de dados. Você tem controle total e centralizado.

Desvantagens das Sessions

  • Escalabilidade: aqui o bicho pega. Se sua aplicação cresce e você começa a usar múltiplos servidores para aguentar o tráfego, surge um problema. Se o Rodrigo fez login no Servidor 1, a sessão dele está lá. Se a próxima requisição dele cair no Servidor 2, esse servidor não o conhece! Isso exige soluções mais complexas, como um banco de dados de sessões compartilhado.
  • Uso de memória: cada sessão ativa consome um pouco de memória no servidor. Para aplicações com milhares de usuários logados ao mesmo tempo, isso pode se tornar um gargalo.

Entendendo a autenticação com JWT

O JWT (JSON Web Token) é uma abordagem mais moderna e é stateless, ou seja, o servidor não precisa guardar nenhuma informação sobre o usuário. Toda a informação necessária viaja dentro do próprio token.

Como funciona na prática?

O fluxo com JWT muda um pouco:
  1. Login: o dev Mayk envia seu usuário e senha.
  1. Geração do token: o servidor valida os dados. Se estiverem corretos, ele gera um token JWT. Esse token é uma string longa, que contém informações do usuário (como seu ID e nome) e uma assinatura digital secreta.
  1. Envio para o cliente: o servidor devolve esse token para o cliente (o navegador).
  1. Armazenamento no cliente: o cliente armazena esse token, geralmente no localStorage.
  1. Requisições futuras: a cada requisição para uma rota protegida, o cliente envia o token no cabeçalho de autorização (Authorization Header).
  1. Validação: o servidor recebe o token, verifica se a assinatura digital é válida usando sua chave secreta. Se a assinatura bater, ele confia nas informações dentro do token e libera o acesso. Ele não precisa consultar nenhum banco de dados para isso!

Vantagens do JWT

  • Stateless e escalável: como o servidor não guarda estado, você pode ter quantos servidores quiser. Qualquer um deles pode validar o token, bastando ter a chave secreta. Isso é perfeito para arquiteturas de microserviços.
  • Flexibilidade: JWTs não dependem de cookies. Eles podem ser enviados em cabeçalhos de autorização, o que os torna ideais para APIs, aplicações de página única (SPAs) e autenticação de aplicativos mobile.

Desvantagens do JWT

  • Segurança: o payload do JWT é apenas codificado, não criptografado. Qualquer um pode ler as informações dentro dele. Por isso, nunca coloque dados sensíveis (como senhas) no payload.
  • Armazenamento: se um token for roubado (por exemplo, através de um ataque XSS se armazenado no localStorage), um invasor pode usá-lo para se passar pelo usuário até que o token expire.
  • Invalidação: uma vez que um JWT é emitido, ele é válido até sua data de expiração. Não há um jeito simples de invalidá-lo antes do tempo. Se um usuário clica em "sair", você só pode apagar o token do cliente, mas o token em si continua tecnicamente válido.
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Ficou curioso sobre o JWT e quer entender ainda mais a fundo como ele funciona, suas aplicações e as melhores práticas de segurança? Dá uma olhada neste material incrível preparado especialmente para você.

Tabela Comparativa:

Para facilitar, dá uma olhada neste resumo:
Característica
Sessions (Stateful)
JWT (Stateless)
Estado
O servidor armazena o estado da sessão.
O servidor não armazena estado.
Armazenamento
ID da sessão em um cookie no cliente; dados no servidor.
Token completo armazenado no cliente (ex: localStorage).
Escalabilidade
Mais complexa; requer soluções para compartilhar sessões.
Excelente; ideal para microserviços e múltiplos servidores.
Segurança
Dados do usuário seguros no servidor.
Dados no payload são legíveis; risco se o token for roubado.
Invalidação
Fácil; basta apagar a sessão no servidor.
Difícil; o token é válido até expirar.

E agora? Qual escolher para o meu projeto?

Não existe uma resposta única. A melhor escolha depende do tipo de aplicação que você está construindo.
  • Use Sessions quando:
    • Você está construindo uma aplicação web monolítica (tradicional).
    • Você precisa de controle total e imediato sobre o logout dos usuários.
    • A escalabilidade horizontal (muitos servidores) não é sua principal preocupação no momento.
  • Use JWT quando:
    • Você está construindo uma API que será consumida por diferentes clientes (web, mobile).
    • Sua arquitetura é baseada em microserviços.
    • Você está desenvolvendo uma aplicação de página única (SPA), como as feitas com React, Vue ou Angular.
A grande sacada é entender os trade-offs. Sessions te dão mais controle, enquanto JWTs te dão mais flexibilidade e escalabilidade.

Conclusão: a decisão é sua, mas você não está só!

Ufa! Chegamos ao final da nossa jornada pelos mundos de Sessions e JWT. Agora você já sabe que não se trata de uma tecnologia ser "melhor" que a outra, mas sim de qual se encaixa melhor nas necessidades do seu projeto.
Você aprendeu a diferença entre uma abordagem stateful e stateless, entendeu como cada uma funciona na prática, e viu as vantagens e desvantagens para fazer uma escolha consciente. Esse conhecimento é um passo gigante para construir aplicações mais robustas e seguras.
A jornada de aprendizado na programação é cheia de decisões como essa. E a gente sabe que às vezes bate aquela dúvida ou vontade de trocar uma ideia com outras pessoas que estão no mesmo barco.
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